Os 12 estudantes assistidos pelo Projeto
Oficina Escola ganharam um novo espaço para aulas práticas de marcenaria
voltadas ao restauro de patrimônio histórico. Chamado de O ambiente, o espaço, com cerca de 115 m2, faz parte da recém-construída
sede do projeto, no 2º GAC-L Regimento Deodoro.
As novas máquinas estacionárias que
equipam a oficina de marcenaria foram doadas pelo Banco do Brasil. Segundo Raul
de Souza Almeida, coordenador geral do Projeto Oficina Escola, o novo espaço
permite aos alunos praticarem com maior assertividade as atividades de
restauração em madeira. “A restauração de patrimônio histórico é algo delicado
e que exige cuidado e precisão”, pontua Raul. “Nesse local os estudantes
poderão praticar diversas atividades relacionadas ao restauro de peças e itens
em madeira, colocando em prática as orientações e a teoria aprendida em aula.”
Entre os equipamentos que compõem a nova
estrutura da marcenaria estão compressores e compressores de ar, serras de
diferentes modelos e tipos, paquímetros, jogos de trenas, tulipa manual
elétrica, kit fresa, parafusadeira, máquina de plaina desempenadeira, torno
copiador para madeira, furadeira de impacto, entre outros acessórios e itens.
Histórico
Criado a 7 de dezembro de 2005, o
Projeto Oficina escola é uma entidade sem fins lucrativos mantida com verbas do
PROAC/ICMS – que prevê abatimento do imposto estadual a empresas que auxiliam
projetos de cunho cultural, abatimento esse que é uma renúncia fiscal por parte
do Governo do Estado de São Paulo.
O ProAC, Programa de Ação Cultural, foi
criado pela Lei Estadual 12.268/2006.
Hoje, o Projeto atende adolescentes da
rede estadual de ensino que tenham ao menos o 7º ano do Ensino Fundamental e que
estejam frequentando a escola regular. Participam de aulas teóricas e práticas
sobre Educação Patrimonial, Elaboração de Projetos, História da Arquitetura,
entre outras disciplinas, que têm como objetivo capacitá-los a participar do
mercado formal de trabalho da construção civil, representado pelas atividades
de restauração, preservação e revitalização dos 235 imóveis históricos de Itu
tombados pelos órgãos de preservação do Patrimônio Histórico, e 32 fazendas
históricas dos séculos XVIII e XIX existentes no município. Tem-se por objetivo
instrumentar os estudantes para atuar, futuramente, nas áreas de carpintaria,
marcenaria, pintura e alvenaria, em setores voltados para restauração,
preservação e revitalização do Patrimônio Histórico-Cultural, como forma de geração
de renda.
A frequência regular e atestada da
escola regular é condição fundamental para fazer parte do projeto. “Hoje,
atendemos a 12 alunos. O número limitado nos permite focar mais na qualidade da
formação desses adolescentes, aproveitando ao máximo nosso espaço e instalações”,
explica Raul. “O Projeto Oficina Escola é desenvolvido com base em serviços
socioassistenciais e em uma proposição pedagógica baseada na metodologia do ‘Aprender
a fazer, fazendo’, buscando promover uma maior integração
entre a teoria e a prática, entre as atividades artesanais e intelectuais. Cada
participante também recebe uma pequena quantia mensal, em dinheiro, para
auxiliar na renda doméstica.”
A duração total do curso é de dois anos.
Após a formatura, uma nova turma é iniciada. Além da sala dedicada à
marcenaria, o Projeto conta com ampla sala de aula e laboratório de informática
com máquinas aptas a rodar programas para a elaboração de projetos, arquitetura
e construção civil, como o AutoCAD e SketchUp. Atualmente, todos os
profissionais que colaboram com o Oficina Escola são remunerados. “É uma forma
de profissionalizar o projeto”, acrescenta Raul.
Para a manutenção do projeto, seu
idealizador destaca o apoio do PROAC/ICMS, da Heineken (que comprou a
Brasil-Kirin) e da Starrett, empresas sediadas em Itu, que tiveram participação
decisiva na estruturação da Oficina Escola.
Da maior importância e significado é o
apoio decisivo dado pelo Exército Brasileiro, acolhendo nas instalações do 2º
GAC-L Regimento Deodoro as atividades letivas do Projeto, dando consistência e
visibilidade à fase atual do projeto. “O quartel abriu as portas para nós, e
vem nos apoiando bastante. Somos o primeiro projeto do 3º setor no Brasil a ser
admitido e a operar no interior de uma instituição militar, o que configura uma
situação pioneira em todo o País”, destaca.
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