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Fábio Grizoto com alunos do Projeto Oficina Escola no Museu Republicano |
Para Fábio Grizoto,
valorização do patrimônio deve começar pela realidade pessoal, e ações, como a
realizada pelo Projeto Oficina Escola de Artes e Ofícios, é fundamental nesse
processo
O ser humano diferencia-se das demais espécies pela sua
capacidade de criar e transmitir cultura, conhecimento e, claro, história. É
com base nessa visão que Fábio Grizoto, formado Guia de Turismo e turismólogo,
e especialista em Projetos Culturais pela USP, trabalha há vários anos com o
objetivo de auxiliar na compreensão da importância do patrimônio histórico. Foi
essa postura que o levou, em 2009, a trabalhar no Projeto Oficina Escola de
Artes e Ofícios (POEAO) de Itu, que hoje funciona nas dependências do 2º GAC-L Regimento Deodoro e é mantido através de incentivo do ProAC -
ICMS. Por oito anos, Grizoto lecionou a disciplina de Educação Patrimonial para
os adolescentes atendidos pelo projeto e, com base nessa (e em outras) ricas
experiências, confirma: entender a realidade em que se está inserido, e
conhecer a história muda a forma como as pessoas se relacionam com o meio – e,
principalmente, com sua própria história.
“Durante os anos em que participei do
Projeto Oficina Escola, foi muito gratificante notar como, com o tempo, alguns
alunos começavam a enxergar o rico patrimônio histórico da cidade de outra
maneira, entendendo o porquê dos nomes de ruas e praças, e das construções
terem sido realizadas da maneira que foram”, explica Fábio.
Para ele, projetos da natureza do Oficina
Escola reforçam algo fundamental: a valorização e preservação da história
ituana. “Itu é uma cidade com uma história muito rica e um patrimônio valioso.
Através do Projeto Oficina Escola de Artes e Ofícios, pode-se, além de oferecer
conhecimento e oportunidades profissionais para os adolescentes atendidos,
abrir espaço para criar mão de obra local de restauração, um campo em que temos
vastas oportunidades, visto a riqueza de nossas construções”, afirma.
Grizoto não esconde a empolgação ao falar
de ideias para valorização da história ituana, seja das ricas Igrejas, com a
Matriz Nossa Senhora da Candelária, seja das praças e bustos espalhados pela
cidade. “Tive a oportunidade de levar os alunos para visitarem a Matriz na época
da restauração. Foi uma experiência muito bacana, que mudou a forma com eles
enxergavam o local. Por exemplo, as pinturas e adornos têm um significado muito
específico; além da beleza, as imagens e figuras serviam para catequizar as
pessoas, numa época em que as missas eram celebradas em latim”, conta.
De dentro para fora
Pode parecer redundante falar sobre a
importância da preservação do patrimônio histórico, porém, ainda hoje, não é
simples convencer as pessoas da necessidade de se restaurar e cuidar de edificações antigas carregadas de
história.
Mudar esse quadro exige, segundo Grizoto,
trabalhar o indivíduo. “É um processo que deve começar do micro para o macro,
focando na pessoa e no local em que ela vive, nos lugares que frequenta, no
nome das ruas por que passa. Em tudo está uma riqueza histórica. A partir desse
conhecimento, e do conhecimento da própria história familiar, desperta-se o
interesse para se compreender por que as coisas são como são, o porquê
determinados nomes, e por que praças, edificações e monumentos devem ser
preservados”, diz.
“Quando o Raul (Raul de Souza Almeida,
coordenador geral do Projeto Oficina Escola) me procurou para falar do projeto,
imediatamente quis fazer mais e me envolver, dada a importância que tem uma
ação que visa educar não somente para formar mão de obra, mas, também, para a
preservação de nosso patrimônio”, lembra Grizoto.
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