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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Preservar e restaurar o patrimônio histórico é preservar a história de cada um

Fábio Grizoto com alunos do Projeto Oficina Escola no Museu Republicano 




Para Fábio Grizoto, valorização do patrimônio deve começar pela realidade pessoal, e ações, como a realizada pelo Projeto Oficina Escola de Artes e Ofícios, é fundamental nesse processo

O ser humano diferencia-se das demais espécies pela sua capacidade de criar e transmitir cultura, conhecimento e, claro, história. É com base nessa visão que Fábio Grizoto, formado Guia de Turismo e turismólogo, e especialista em Projetos Culturais pela USP, trabalha há vários anos com o objetivo de auxiliar na compreensão da importância do patrimônio histórico. Foi essa postura que o levou, em 2009, a trabalhar no Projeto Oficina Escola de Artes e Ofícios (POEAO) de Itu, que hoje funciona nas dependências do 2º GAC-L Regimento Deodoro e é mantido através de incentivo do ProAC - ICMS. Por oito anos, Grizoto lecionou a disciplina de Educação Patrimonial para os adolescentes atendidos pelo projeto e, com base nessa (e em outras) ricas experiências, confirma: entender a realidade em que se está inserido, e conhecer a história muda a forma como as pessoas se relacionam com o meio – e, principalmente, com sua própria história.

“Durante os anos em que participei do Projeto Oficina Escola, foi muito gratificante notar como, com o tempo, alguns alunos começavam a enxergar o rico patrimônio histórico da cidade de outra maneira, entendendo o porquê dos nomes de ruas e praças, e das construções terem sido realizadas da maneira que foram”, explica Fábio.

Para ele, projetos da natureza do Oficina Escola reforçam algo fundamental: a valorização e preservação da história ituana. “Itu é uma cidade com uma história muito rica e um patrimônio valioso. Através do Projeto Oficina Escola de Artes e Ofícios, pode-se, além de oferecer conhecimento e oportunidades profissionais para os adolescentes atendidos, abrir espaço para criar mão de obra local de restauração, um campo em que temos vastas oportunidades, visto a riqueza de nossas construções”, afirma.

Grizoto não esconde a empolgação ao falar de ideias para valorização da história ituana, seja das ricas Igrejas, com a Matriz Nossa Senhora da Candelária, seja das praças e bustos espalhados pela cidade. “Tive a oportunidade de levar os alunos para visitarem a Matriz na época da restauração. Foi uma experiência muito bacana, que mudou a forma com eles enxergavam o local. Por exemplo, as pinturas e adornos têm um significado muito específico; além da beleza, as imagens e figuras serviam para catequizar as pessoas, numa época em que as missas eram celebradas em latim”, conta.

De dentro para fora

Pode parecer redundante falar sobre a importância da preservação do patrimônio histórico, porém, ainda hoje, não é simples convencer as pessoas da necessidade de se restaurar  e cuidar de edificações antigas carregadas de história.

Mudar esse quadro exige, segundo Grizoto, trabalhar o indivíduo. “É um processo que deve começar do micro para o macro, focando na pessoa e no local em que ela vive, nos lugares que frequenta, no nome das ruas por que passa. Em tudo está uma riqueza histórica. A partir desse conhecimento, e do conhecimento da própria história familiar, desperta-se o interesse para se compreender por que as coisas são como são, o porquê determinados nomes, e por que praças, edificações e monumentos devem ser preservados”, diz.

“Quando o Raul (Raul de Souza Almeida, coordenador geral do Projeto Oficina Escola) me procurou para falar do projeto, imediatamente quis fazer mais e me envolver, dada a importância que tem uma ação que visa educar não somente para formar mão de obra, mas, também, para a preservação de nosso patrimônio”, lembra Grizoto.  

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